sábado, 5 de maio de 2018

Pornografia: abismo que atrai outros abismos!


“Foi a experiência mais tenebrosa, desesperadora e solitária da minha vida. Eu me sentia no fundo de um abismo. Tudo ao meu redor era silêncio: silêncio dos amigos, da família e, aparentemente, até de Deus. Vivia completamente sem esperança de que alguém me estenderia a mão para me resgatar.”
Assim se inicia o artigo intitulado “Aprisionados pela pornografia”, publicado no jornal “Correio Braziliense” (18-3-18), de autoria de Gabriela Vinhal e Hellen Leite. As palavras são de “Sônia” (nome fictício), uma viciada em sites de pornografia.
A matéria em nenhum momento aborda o aspecto religioso e moral, sem dúvida o mais importante, mas abunda em referências cientificas, opiniões de estudiosos e psicólogos. Esse lapso mostra o quanto ela é “insuspeita”, pois alguém poderia dizer: “Aí vai mais uma opinião religiosa sobre pornografia”…
Segundo Fábio Augusto Caló, especializado em terapia sexual no Instituto de Psicologia Aplicada (Inpa), “esta trajetória se assemelha à de pessoas que se tornam dependentes de substâncias químicas. Uma atividade inicialmente prazerosa passa a ser buscada cada vez mais, até um ponto em que prejudica a escola ou o trabalho e afeta os relacionamentos pessoais”.
Especialistas dizem o caminho tomado por Sônia não é raro e pode levar a quadros de desespero quando a pessoa acha que perdeu o controle sobre a própria vontade. “Não é incomum que o dependente enfrente sérios riscos de suicídio e também se coloque em situações que podem afetar sua saúde física”.
O tema está diretamente ligado à era digital. Impressiona a afirmação de Caló: “Com a internet, a pessoa abre 15 vídeos de uma vez. Ela pode adiantar cenas, ver diferentes tipos de sexo. A quantidade de estímulos a que fica exposta em uma hora é muito maior do que a de um indivíduo, há 40 anos, teria ao longo da vida inteira.”
Dados da revista americana “The Week” indicam que 12% dos sites — cerca de 76 milhões de endereços — são dedicados a “conteúdo explícito”. Um só site pornográfico recebeu por dia, em 2017, a visita de 81 milhões de pessoas (sic!) de todo o mundo. O Brasil é o 10º lugar no ranking dos países que mais buscam esse mesmo portal.
A facilidade de acessar conteúdos assim na internet é tal, que até crianças estão
sujeitas ao consumo dessas imagens e vídeos.
Assim como acontece com todos os outros vícios, quanto mais se afunda no consumo da pornografia, menos satisfação se recebe e mais difícil se torna abandoná-lo. O que parecia um mundo de felicidades, um “paraíso”, torna-se um inferno.
Nossa conclusão não é a mesma do “Correio Braziliense”, cujo artigo aconselha a busca de ajudas meramente científicas e naturalistas.
Todo este assunto é novidade para quem não tem formação religiosa verdadeira, mas não surpreende os que acompanham o desvario dos acontecimentos anunciados por Nossa Senhora em Fátima.
Por sua vez, aqueles a quem incumbiria condenar, invectivar e repreender, se calam, omitem-se, para dizer pouco.
Uma pergunta que inevitavelmente vem ao espírito é: até onde nos conduzirá essa marcha de depravação em depravação? Segundo os autores de vida espiritual, se o homem não colocar um basta nas suas tendências más, não há limites aonde ele não possa chegar. Já se divisam no horizonte aberrações que me poupo de citar aqui por respeito aos leitores.
O alerta em relação aos vícios, especialmente aos de impureza, vem sendo abordado há dois mil anos. Aliás, até muito antes. O Antigo Testamento está repleto de elogios à virtude da castidade. Nosso Senhor Jesus Cristo e os Apóstolos a louvaram magnificamente; os primeiros Padres da Igreja, os Santos, os Doutores, exaltaram-na de maneira toda especial.
Nada disto é novidade para um bom católico. Antes de tudo, a Doutrina da Igreja nos ensina que sem a graça de Deus — que nunca falta a quem pede — jamais conseguiríamos praticar a virtude da pureza, que nos faz semelhantes aos Anjos do Céu.
Enquanto este mundo não se converter à totalidade da moral ensinada pela única Igreja verdadeira do único Deus verdadeiro, não há abismo em que não se precipite.
Peçamos Àquela que foi conceb0ida sem pecado, a Imaculada Mãe de Deus, que nos ajude a preservar essa santa virtude, ou a recuperá-la, para que se realizem assim em nós as palavras do Divino Mestre “Bem aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus”(Mt 5,8). 
Publicado em;
https://ipco.org.br/pornografia-abismo-que-atrai-outros-abismos/

Católico, professor, jornalista, 
discípulo do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira.

O tesouro das indulgências

Meia hora de adoraçao ao SS.
 Sacamento
Para um católico seriamente praticante, que conhece pelo menos os pontos básicos do Catecismo, a Santa Igreja é de uma beleza incomparável. Seus tesouros espirituais, descobertos a cada dia, são sempre motivo de encantamento, alegria e admiração.
Para os não católicos ou os indiferentes à Igreja, mas principalmente para aqueles que lhe têm um ódio profundo, qualquer pequena calúnia levantada contra Ela ou o mau procedimento de algum de seus filhos é pretexto para arroubos de indignação e deblateração.
É o que sucede, por exemplo, com a doutrina sobre as indulgências. Quanta calúnia se levantou contra a Igreja a propósito do famigerado heresiarca Lutero, com sua revolta baseada em uma suposta “venda da salvação eterna pelas indulgências”! Quanta invenção, mentira, superficialidade e ignorância histórica!
Rezar um terço em familia, em grupo, ou
 com algum amigo.
Para surpresa minha, o interesse dos componentes desse público era igual ou até maior que o dos jovens, mas observei também, da parte deles, um conhecimento insuficiente e não aprofundado sobre a matéria, que os leva a não aproveitar esta riqueza incomparável da Igreja.
Dedicando-me à formação religiosa de adolescentes, tenho observado uma atenção e um interesse especial deles pelo assunto, o que me levou muitas vezes a orientá-los. Recentemente fui convidado a expor a doutrina sobre as indulgências para pessoas já bem longe da adolescência, conhecedores da doutrina católica e com décadas na prática séria da religião.
A grande Santa Teresa d’Ávila teve uma visão de Nosso Senhor, durante a qual ela viu no Céu uma religiosa de sua Ordem que era pouco fervorosa. Espantada, quis saber por que a mesma se livrou tão rapidamente do Purgatório. O Divino Redentor então lhe respondeu: “Ela soube aproveitar bem as indulgências que a Santa Igreja lhe concedia”.
Ler durante meia hora uma dos livros da
Biblia Sagrada.
Nada disso é impossível aos católicos que têm uma vida de piedade normal. Não se requerem méritos nem “truques” pessoais, pois os benefícios advindos das indulgências nos são fornecidos pelos méritos infinitos de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Virgem Santíssima e dos santos.Explicarei do modo mais sucinto e didático possível como um católico pode obter facilmente uma indulgência plenária, e também como ele pode ir diretamente para o Céu sem passar pelo Purgatório, bastando rezar algumas orações durante a vida.
Ensinar o Catecismo durante
meia hora
A remissão das penas temporais devidas aos pecados já perdoados pode ser obtida de várias maneiras: por atos de penitência voluntária, jejuns, sofrimentos no Purgatório, ou através das indulgências.Tudo está claramente definido no Manual das Indulgências, documento oficial da Santa Igreja, do qual colhi as condições, normas e vantagens para a obtenção durante a vida da remissão das próprias penas, bem como as vantagens decorrentes, como exponho a seguir.
São seis as condições para se receber uma indulgência plenária:
1 – Ter a intenção de recebê-la. Pode ser uma intenção genérica, enunciada no começo do dia, uma vez por semana ou até uma vez por mês.
2 – Confessar-se. Uma única confissão vale para muitas indulgências plenárias.
3 – Comungar. Uma comunhão vale apenas para uma indulgência plenária.
4 – Rezar pelas intenções do Santo Padre. Pode ser um Padre-Nosso e uma Ave- Maria.
5 – Não ter apego ao pecado, mesmo venial. Isto não significa a exigência de a pessoa não cometer pecado, mas sim de não ter apego a ele e desejar abandoná-lo.
6 – Execução da obra. Dou cinco exemplos de atos fáceis de serem realizados:

Assistir a uma Primeira Comunhão 

a) Meia hora de visita ao Santíssimo Sacramento.
b) Rezar um terço em família, em grupo, ou com algum amigo.
c) Ler durante meia hora um dos livros da Bíblia Sagrada.
d) Ensinar o Catecismo durante meia hora.
e) Assistir a uma Primeira Comunhão.
Além de ganhar uma indulgência plenária todos os dias, o fiel que ao longo de sua vida rezar — uma vez por semana, por exemplo — uma oração (a Alma de Cristo ou qualquer outra) fazendo uso de um crucifixo, receberá uma indulgência plenária no momento de sua morte.
Uma dádiva como esta constitui uma verdadeira misericórdia de Deus, desde que queiramos e nos esforcemos para viver na Sua amizade. Ela nos induz a abandonar o pecado e nos livra dos pesos de consciência que sempre acompanham o estado de pecado grave.
Aproveitemos todas as indulgências que nos são concedidas para o nosso proveito, o bem das almas e as necessidades da Santa Igreja, mas principalmente para a maior glória de Deus Nosso Senhor.
Revista Catolicismo no. 805 janeiro de 2018.

2 comentários para O tesouro das indulgências
11 de Janeiro de 2018 à 21:33
Possam até ver como desproporcional a comparação que vou fazer agora, em razão do artigo em questão: neste perturbador mundo em que vivemos atualmente, penso que deve ter sido mais fácil ter vivido no século XIII, estar vestido com uma armadura de ferro, montado em um poderoso corcel e brandindo uma espada enorme para lá e para cá, cortando cabeças de muçulmanos e furando suas barrigas, até ser atingido por alguma flecha e morrer no meio da batalha…. como é difícil, hoje em dia, lutar contra o mundo e praticar a simplicidade exigida para se obter a indulgência plenária…. que Nossa Senhora sorria para mim de uma vez, me mostre logo o caminho e me dê forças excepcionais….
Frederico HosananResponder
12 de Janeiro de 2018 à 12:18
Que coisa impressionante esse da indulgência plenária! Não sabia que nossa igreja católica concedia um meio tão grande como esse para nossa salvação. Um católico que pratique esse ensinamento se salva infalivelmente. E tão simples de praticar! Basta ter o desejo de querer receber a indulgência, Confessar, comungar, rezar duas orações na intenção do papa, rejeitar o pecado e não querer pecar e pronto, se beneficia da indulgência. Como é que não se ensina isso, meu Deus! Tenho 60 anos e nunca ouvi um padre falar isso num sermão ou em qualquer outro lugar. Seria muito bom se o autor escrevesse mais sobre o que é uma indulgência para quem não conheça bem o que é.

sexta-feira, 4 de maio de 2018



O cemitério está cheio de insubstituíveis

Por
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Observar e admirar minúcias que nos cercam continuamente está entre as coisas que mais alegram o espírito e enchem a alma de satisfação. Episódios corriqueiros
São Tomas de Aquino
do  dia a dia, aparentemente sem importância, quando bem apreendidos podem nos inspirar ensinamentos e eventualmente servir para uma crônica ou um artigo. Foi o que se deu comigo nestes últimos dias.
Em troca de correspondência com um muito estimado amigo de décadas, ele no Velho Mundo e eu por estes Brasis, lamentávamos o abandono, por parte de um terceiro, de trabalhos muito importantes para todos nós. Igualmente deplorávamos essa atitude pelo modo como era feita e como nos deixava embaraçados para encontrar alguém que substituísse aquele terceiro.
Depois de trocarmos impressões, lembrou-me ele o conhecido ensinamento de que ninguém nesta vida é insubstituível, nem o personagem em questão, nem qualquer um de nós. Princípio este muito valioso para quem quer progredir na humildade e na despretensão.
Concordava plenamente com este meu amigo; e para consolá-lo um tanto, pois era ele o mais prejudicado na situação, enviei uma frase que aprendi desde meus tempos de adolescência: “o cemitério está cheio de insubstituíveis”. Para meu contentamento, respondeu-me demonstrando a satisfação que sentira em conhecer tal ditado, acrescentando que o incluiria em seu “documento Phrases”. Por mais simples que fosse, causou-me real alegria a satisfação de meu amigo.

Não sei por que razão, o assunto foi e voltou em minha mente e deu motivo para não intencional meditação. Perguntava-me: somos realmente insubstituíveis?
Aqui vai um pouco de doutrina elementar, propriamente catecismo.
Por um lado, podemos dizer que sim. Em matérias práticas, funcionais, como no caso objeto de nossas lamentações, somos substituíveis e muitas vezes com facilidade. Em matérias outras, não.
Quem, em certos momentos, não tem necessidade premente do apoio de um bom conselho, de um amparo, de um socorro? Nessas ocasiões aflitivas, quem substituirá uma terna e virtuosa mãe, um bom mestre, um bom conselheiro, principalmente um prudente diretor espiritual?
Pasteur
Pasteur, Fleming e muitos outros não apareceram, para a Humanidade, na hora "h"? Seriam substituíveis por alguém à altura e com total acerto?
Transcendamos ao sobrenatural. Cada um de nós é único na obra de Deus. Fomos criados para refletir, individualmente, uma qualidade especifica Sua. Disto raramente nos orgulhamos ou nos envaidecemos. Se não correspondermos ao que Deus Nosso Senhor espera de nós, seremos substituídos a contento? Sua obra relativa a nós não estaria falha para sempre?
Imagine-se que tivesse falhado em sua correspondência à graça um São Tomas de Aquino, um São Francisco de Assis, um São João Bosco. Seriam substituídos à altura? Sendo cada um destes luminares – e quantos outros não houve? – planos “A” da Providência Divina, não tendo correspondido, Nosso Senhor os substituiria por um plano “B” ou por um plano “A+A”? São mistérios que só desvendaremos no dia do último juízo.
Outro assunto relacionado e não menos interessante. Ouvia há tempos palestra de um grande mestre da vida espiritual. Analisava ele um eminente personagem, que, segundo tudo indicava, sobressairia como uma grande vocação. Decaiu e levou uma vida moral bem longe de Deus Nosso Senhor. Comentava aquele mestre: “as coisas de Deus são tais, que se esse personagem rezasse determinada oração, bem rezada, recuperaria toda sua vocação e ainda mais”. Achei bem acertado esse comentário e muito apropriado a aumentar em nós a virtude da confiança. Não foi o que aconteceu com o bom ladrão, São Dimas, nos últimos instantes de sua existência? Primeiro santo canonizado, e por QUEM!
Isso é exceção, e seria grande temeridade deixarmos nossa conversão e a realização de nossa missão pessoal para o último instante de nossa vida. Estaríamos no cemitério e aí sim insubstituíveis… 
Católico, professor, jornalista, discípulo do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira